domingo, 29 de janeiro de 2017

Globalização

Nascemos sob o domínio de empresas e marcas estrangeiras, se nossos pais eram a "geração Coca-cola" tão cantada por Renato Russo, nós somos hoje, talvez a geração Iphone mais globalizada do que nunca.
Com nossos Smartphones nós consumimos todo tipo de cultura, a cada mês ficamos mais parecidos e perdemos identidade, nossa cultura agora deixa de ser regional e se torna cada vez mais, mundial. Temos em tv aberta uma cobertura das eleições americanas maior do que as do nosso próprio país, nossa Tv a cabo tem pelo menos uns 20 canais  norte americanos, onde vemos ianques vivendo suas vidas em seu país.
Nossa vida não é mais Sulamericana, nossa vida é agora somente "Americana", sonhamos com a Disney, com o vale do silício e em trabalhar no Google, na cabeça o "American way of life", nos pés uma Havaiana, um dos poucos produtos nacionais que está na moda, um simples pedaço de Brasil no qual nós pisamos.

Queremos ciclovias!

Ciclistas em São Paulo-2015

Todo mundo sabe que o trânsito nas grandes cidades é caótico, sabe também que a quantidade de poluentes lançados no ar todos os dias por veículos a motor é lamentável, além de ser um fato os benefícios trazidos pela Bicicleta, então por que é que ainda somos reféns de ônibus lotados e horas no trânsito, quando poderíamos estar usando todo esse tempo para coisas mais importantes?
Parei para refletir sobre o fato, e uma das causas que mais me chamou atenção, foi a falta de investimentos em ciclovias. Uma cidade como o Rio de janeiro, até abril de 2015 tinha apenas 374 Km de ciclovias, e isso pode ser considerado muito em comparação com Manaus que tem apenas 6 Km ou Salvador com 27 Km, a campeã em ciclovias até a data do estudo é Brasília com seus 440 Km .
O número reduzido de ciclovias no país é um grande problema, muitas pessoas, com medo de se arriscar no trânsito preferem uma viagem mais longa e sacrificante em transportes lotados.
Outro problema, é a falta de segurança nas ciclovias já existentes, assaltos a ciclistas são frequentes, quem pedala por aí enfrenta muitos obstáculos, como a má conservação das ciclovias, esburacadas e sem manutenção, são um perigo pra quem as utiliza. No Rio por exemplo, um grave acidente ocorreu com as pessoas que utilizavam a ciclovia Tim Maia, recém inaugurada na Avenida Niemayer , desabou na altura do Castelinho a cerca de 800 metros da praia de São conrrado, 50 metros da ciclovia despencaram.
Precisamos repensar nossas prioridades, queremos investir em uma vida saudável, segura e sem tantos poluentes, ou queremos virar sedentários sentados em máquinas, que apesar de serem feitas para nos levar a lugares o mais rápido possível, não conseguem sair do lugar?

Amsterdan, 400 Km de ciclovias, respira o ciclismo, não quero comparar o Brasil e Holanda, isso já foi feito muitas vezes, e realmente continuamos perdendo, quero mostrar que é possível. Olhemos para todo esse exemplo que eles nos dão e cobremos mais, vamos pesquisar direitos e deveres de ciclistas, e devidamente equipados, vamos sair por aí ! Não me importar o Carro do ano, me importa a qualidade de vida no futuro.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

A tal da Meritocracia.

Seu Zé acordava todo dia, e mal o Sol aparecia, Seu Zé tomava seu café e saía.
No caminho, os mesmos rostos ele via, cumprimentava a todos, até o Seu Manoel da Padaria.
Parava no Ponto à espera da condução, e no paradoxo da espera, Seu Zé pedia para que pudesse ao menos entrar no ônibus, o famigerado 446, mais conhecido como "lata de sardinha".
Quando finalmente chega Seu Zé faz acrobacia, agarra aqui, agarra ali, ao seu lado, um moço que com certeza não tomara banho de manhã, pois Seu Zé que mal respirava somente o seu cheiro sentia.
Ao chegar no trabalho, é chamado na sala da chefia, Seu Patrão,"cheio de razão" reclama dos atrasos, Seu Zé explica, mas Seu Patrão não se importa. "Ele é rico" a galera dizia, nunca andara de ônibus, mas tudo que tinha, tinha porque merecia!
Babá ele teve,escola boa ele teve,faculdade ele tinha, dinheiro ele tinha, empregada ele tinha, barco e casa de praia ele também tinha. 
E Seu Zé, que nada teve, decide que agora vai fazer por  merecer, acordar antes do Galo, e trabalhar até ficar cansado, além disso o que poderia fazer, um sujeito que nunca soube ler nem escrever?

domingo, 15 de maio de 2016

Beleza, o que é Beleza?

Beleza é aquilo que se vê, ou é aquilo que se diz? Belo, para mim é viver feliz.
Alguns dizem que o Belo é inalcançável, artistas passam a vida tentando retratá-lo.
Já outros, dizem por aí que a Beleza, como gosto, é relativa.
O ideal atual de beleza, se existe, eu não sei, mas se ele realmente existe, pouca gente se enquadra.
E o que resta para aqueles que não cabem na equação, os esquecidos do padrão? Eu respondo, lhes resta a opressão.
Então, que se unam esses esquecidos da comunidade, façam um novo padrão para essa sociedade ! Não fiquem presos nessa solidão, transbordem a fôrma, imponham vontades, e mostrem a verdade.
No fim, somos todos iguais nas nossas diferenças.

terça-feira, 22 de março de 2016

Mulher que é Mulher.

Mulher que é mulher, não desanima.
Mulher que é mulher, cuida dos filhos, do marido, do pai, do irmão, do tio e do sobrinho.
Mulher que é mulher, não pilota fogão, pilota a própria vida. Ela é boa de direção, e não tem carro e nem machismo que a impeçam de seguir em frente, os que merecem, freiam em suas curvas, e se têm respeito, seguem de carona na felicidade dela.
Mulher que é mulher, não se deixa abater, e nem bater.
Mas mulher que é mulher, não julga quem apanha, ao contrário, ajuda a amiga a se defender da agressão.
Mulher que é mulher, reconhece as lutas femininas.
Mulher que é mulher, passa batom, ou não passa. Coloca vestido ou calça Jeans, coloca bermuda, saia,short...
Mulher que é mulher, faz o que quiser, está aonde quer, e não aceita ficar aonde é colocada por julgamentos alheios.
Mulher que é mulher, é isso, é tudo, sou eu, é você, somos nós, é pureza, é firmeza, é amor!

Texto inspirado na crônica de Luiz Fernando Verissimo - "Homem que é Homem"

terça-feira, 1 de março de 2016

Discípulos de Luiz XV .

Luiz XV- O Rei Sol.
Quero falar sobre a briga de Egos que se chama viver em sociedade. 
Todos os dias, saímos de nossas casas rumo as nossas rotinas, podem ser elas tranquilas, desgastantes, agradáveis ou talvez você nem chame de rotina, pegamos um ônibus, Táxi, Carro, Bicicleta... Seguimos o fluxo.
Mas, uma vez no fluxo, sentimos uma vontade desesperada de nos destacar, falo sobre esse necessidade de sentir que as pessoas lhe invejam. Todos precisam querer ser um pouco como você, mesmo que não tenha nada de especial, precisa parecer ter, e é assim que a briga de Egos funciona, todo mundo querendo ser o Sol entre as pessoas que convive, num inexplicável complexo de Luiz XV que só tende a piorar.
Ultimamente tenho me perguntado qual é o sentido disso, esse status exagerado, essa vontade de ser melhor.
Cresci ouvindo que somos todos iguais, mas as pessoas parecem descordar.
Não acho que deva-se usar dinheiro, hierarquia, influência ou conhecimento para mostrar-se superior. Há quem diga que superior mesmo só Deus, eu rezo para que esse alguém esteja certo, e essa reza nada mais é do que tratados firmados com o além, para que de alguma forma não haja mais diferenças, e que "Ego" seja somente a junção de três letras.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Dezenove Carnavais.

"Allah-lá-ô, ô ô, mais que calor ôô!"
É isso que te lembra carnaval?
Quando começa o feriado mais animado do ano, sempre faço uma viagem dentro de minha alma, lembro dos carnavais passados num complexo Scrooge, quando criança, uma Emília, uma Bruxa e quem sabe até uma Odalisca. Na adolescência os bailinhos deram lugar aos blocos, e no Bloco vai com e sem fantasia, na maioria das vezes me permito apenas uma blusa com alguma frase engraçada, uma roupa leve, o que importa mesmo é curtir com os amigos.
Depois dessa viagem interna, começo a perceber que com o passar dos anos o feriado vai tomando diferentes formas, desde o descompromissado bailinho, passando pelos blocos, curtindo até o último minutos, até a responsabilidade de ter que trabalhar.
Certas tradições nunca mudam, como assistir a amada Portela e torcer desesperadamente na Quarta-feira de cinzas por um título, outras coisas vão ficando de fora com o passar dos anos, deixando de ser tão importantes.
No fim do feriado, o que nunca muda é nossa cara de tristeza ao voltar a rotina, e o cansaço dos dias de folia.
Sempre pensarei no carnaval como uma forma coletiva de liberar as energias de um povo que passa o ano inteiro reprimido e cansado, sempre teremos o carnaval, sempre poderemos sonhar que somos o que queremos, de princesas a super heróis, seremos sempre nós, crianças pulando o carnaval e esquecendo nossas vidas tristes, mas diferente de Scrooge nunca saberemos aonde isso vai nos levar, e essa é a grande magia! Seremos sempre obrigados a arriscar!