domingo, 8 de novembro de 2015

Meu amigo Albert Einstein.


Outro dia estava voltando do trabalho, e vi um cartaz publicitário que mostrava estátuas pichadas e o quão errado isso é, não sei por que mas logo lembrei da estátua de Carlos Drummond de Andrade que é vitima constante de vandalismo ( será que um dia param de arrancar teus óculos Drummond?), irônica, dei um sorrisinho de quem já sabia a resposta e deixei o pesamento voar, quando percebi, minha mente estava me levando novamente ao pátio de minha antiga escola, aonde aprendi a ver Albert Einstein com outros olhos.

Estudei na Escola Municipal Albert Einstein da sexta a oitava série, e o senhor Albert estava lá todos os dias, em forma de estátua é claro, mas estava lá. Ele era como um coadjuvante no meio do grande pátio, estava conosco na hora do hino, nunca se atrasara, nos intervalos observava tímido a correria e na saída parecia nos vigiar olhando sempre fixamente para o portão, as vezes esquecíamos dele, mas ele estava sempre ali.
Um dia ao chegar a escola vi  que todos os alunos estavam enfileirados ouvindo um sermão da Diretora, acontece que em época de poucas câmeras, algum engraçadinho colocou um cigarro na boca de Albert, uma brincadeira de muito mal gosto se levarmos em conta que ele preferiria mesmo um cachimbo, nesse dia ouvimos novamente a história do Gênio, e como é horrível desrespeitar a memória de qualquer pessoa, em algum outro dia,muito sério e arrumado o Senhor Einstein nos surpreendeu ao trajar um chapéu o que não foi visto com maus olhos já que ele ficou muito elegante na ocasião. O fato é que Albert Einstein me fez aprender lições valiosas de como é importante a preservação da memória, mais do que isso, depois de uma longa convivência com a estátua, já não vejo Einstein do mesmo jeito que veria caso estudasse em outro local, ele para mim será sempre o cara com a língua para fora e o cabelo arrepiado, e se quer saber, no dia da formatura antes de ir embora dei um tchau triste aquela estátua, que acompanhou os melhores anos da minha infância.



Nenhum comentário:

Postar um comentário